domingo, 27 de novembro de 2011


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CADEIA DE CUSTÓDIA



       
Por mais que os avanços tecnológicos e científicos venham contribuindo para as análises forenses com a melhora da capacidade de reunir evidências utilizadas na solução em processos criminais ou civis, estes avanços, por si só, não representam garantia que estas evidências serão aceitas como prova pericial pela justiça. Todos os procedimentos relacionados à evidência, desde a coleta, o manuseio e análise, sem os devidos cuidados e sem a observação de condições mínimas de segurança, podem acarretar na falta de integridade da prova, provocando danos irrecuperáveis no material coletado, comprometendo o processo e prejudicando a sua rastreabilidade. 
           A Cadeia de Custodia - CC é o processo fundamental para garantir a rastreabilidade em análises toxicológicas forenses. Deste modo, é necessário que se estabeleça um controle sobre todas as fases deste processo. 
          A CC é usada para manter e documentar a história cronológica da evidência, para rastrear a posse e o manuseio da amostra a partir do preparo do recipiente coletor, da coleta, do transporte, do recebimento, do armazenamento e da análise, portanto, refere-se ao tempo em curso no qual a amostra está sendo manuseada e inclui todas as pessoas que a manuseia. Esta terminologia vem sendo legalmente utilizada para garantir a identidade e integridade da amostra, em todas as etapas do processo. É usada para registrar as informações de campo, de laboratório, envolve todas as partes, internas e externas ao laboratório de análises toxicológicas forenses, englobando os responsáveis pela coleta, recebimento, analise e disposição final da amostra. 
           Na área de toxicologia forense, todas as amostras são recebidas como evidências, as quais serão analisadas e o seu resultado apresentado na forma de laudo que será utilizado no processo judicial. Estas devem ser manuseadas de forma cautelosa, para evitar futuras alegações de adulteração ou má conduta que possam comprometer as decisões relacionadas ao caso em questão. Nesta situação, a cadeia de custódia permite ao perito garantir e provar a integridade do processo ao qual a amostra foi submetida. As amostras são, na maioria das vezes, únicas e a perda das mesmas significa um prejuízo, na medida em que pode inviabilizar ou prejudicar a análise toxicológica. Como consequência, a CC permite minimizar a possibilidade de extravio e dano das amostras, desde a sua coleta nos pontos de amostragem até o final da fase analítica.
          Assim, a CC viabiliza o controle sobre o trâmite da amostra com a identificação nominal das  pessoas envolvidas em todas as fases do processo, caracterizando as suas responsabilidades. Portanto, o fato de assegurar a memória de todas as fases do processo, constitui um protocolo legal que permite garantir a idoneidade do resultado e rebater as possíveis contestações.


Saiba mais: 
- CARRIGAN, M.; COLLINGTON, P.; TYNDALL, J. Forensic perioperative nursing. Canadian Operating Room Nursing Journal, 2000. 
- LOPES, M.; GABRIEL, M. M.; BARETA, G. M. S. Cadeia de Custódia: uma abordagem preliminar. Universidade Federal do Paraná - UFPR, 2006. 
- NÓBREGA, A. W.; DORIA, N. D. Proposição, implementação e atualização de procedimentos operacionais padronizados administrativos e técnicos. Fundação Oswaldo Cruz, 2006. 
- RANGEL, R. Toxicologia forense. Noções gerais sobre outras ciências forenses. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 2004.


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

          Pesquisa de fármacos em amostras biológicas



 A determinação de fármacos em amostras biológicas, principalmente no plasma de pacientes, coletadas com base no contexto clínico e nos princípios da farmacocinética, tem sido um procedimento usual na área clínica, para assegurar a eficácia terapêutica e minimizar os efeitos adversos (sintomas de toxicidade) dos fármacos prescritos.
O pré-tratamento de amostras biológicas, que abrange as etapas de extração, pré-concentração e purificação, tem sido requerido nas análises cromatográficas de fármacos, para eliminar interferentes (compostos endógenos ou outros fármacos administrados concomitantemente com os analitos) e aumentar a sensibilidade e seletividade analítica.
Os métodos convencionais, empregados em análises de rotina no tratamento de amostras biológicas, têm sido extração líquido-líquido e extração em fase sólida.
A técnica de extração líquido-líquido apresenta desvantagens, tais como, consumo de solventes orgânicos de alta pureza, exposição do analista a compostos tóxicos, várias etapas para sua execução e formação de emulsão entre as fases, o que resulta na perda do analito.
A extração em fase sólida (SPE) apresenta uma grande variedade de fases extratoras, resultando em diferentes tipos de interações com os analitos favorecendo, desta forma, a seletividade analítica; possibilita a automação das análises e o acoplamento em linha com técnicas cromatográficas. Entretanto, tem apresentado algumas limitações como o bloqueio dos poros da fase extratora pelos componentes da matriz, utilização de solventes orgânicos para a eluição, variações analíticas entre cartuchos extratores e várias etapas operacionais para sua execução.
A microextração em fase sólida (SPME) apresenta uma série de vantagens em relação aos métodos convencionais de extração, ou seja, não requer instrumentação analítica sofisticada, rápido processo operacional, permite automação das análises, concentração dos analitos e reutilização das fibras extratoras. O processo de extração ou pré-concentração de analitos ocorre em micro escala e o seu dispositivo básico consiste de uma fibra de sílica fundida recoberta com polímeros sorventes ou sólidos adsorventes.
A SPME baseia-se em um processo de equilíbrio entre fases. O sistema de extração consiste das fases aquosa (amostra homogênea), polimérica extratora (fibra) e gasosa. Durante a extração em um sistema trifásico considerado ideal, os analitos migram entre as três fases até que o equilíbrio de partição ou sorção seja atingido.
Abaixo, o método direto é representado pela figura e demonstra a extração pela exposição da fibra diretamente na amostra. Em análises realizadas por cromatografia gasosa (SPME-GC), a fibra, após o processo de extração, é inserida no injetor aquecido e os analitos são rapidamente dessorvidos termicamente para a coluna cromatográfica; desta forma, as análises realizadas por SPME-GC não utilizam solventes orgânicos.

Saiba mais:

Queiroz, M. E. C., Lanças, F. M.;  Análise de fármacos em material biológico: acoplamento microextração em fase sólida "no tubo" e cromatografia líquida de alta eficiência; Quím. Nova vol.28 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2005.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Investigação conclui que Amy Winehouse morreu por intoxicação alcoólica

Abaixo a notícia que informa sobre a causa de morte de Amy após as Análises Toxicológicas feitas no corpo da cantora.
A notícia foi vinculada no dia 26/10/2011, pelo portal de notícias do Jornal Globo News.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa, em Londres, em 23 de julho de 2011. Dias depois da morte de Winehouse, tabloides britânicos publicaram que a cantora tinha comprado cerca de R$ 3 mil em drogas na noite anterior. Já a família da cantora afirmou que ela teria morrido em decorrência de uma forte abstinência de álcool, alegando que ela tinha parado de beber três semanas antes de morrer. Essas indagações e quaisquer dúvidas sobre a morte da cantora foram solucionadas com as análises forenses realizadas em matrizes biológicas coletadas da cantora.
A autópsia terminou sem que a causa da morte da artista pudesse ser determinada imediatamente, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard).
A Scotland Yard afirmou que aguarda os resultados de exames toxicológicos, que devem sair em um prazo de duas a quatro semanas. Eles informaram ainda que um inquérito judicial sobre o caso, aberto pelo tribunal encarregado de investigar mortes não esclarecidas, foi adiado até 26 de outubro.
De acordo com a funcionária do tribunal Sharon Duff, a polícia investigou o local onde o corpo de Amy foi encontrado, considerando a cena da morte "não suspeita".
Um comunicado divulgado no dia 23 de agosto em nome da família disse que "os resultados da toxicologia devolvidos à família Winehouse pelas autoridades confirmaram que não havia substâncias ilícitas no corpo de Amy na época de sua morte." Segundo a família, os exames detectaram a presença de álcool no corpo da cantora, mas não explicaram se a bebida teve papel importante em sua morte.

Intoxicação alcoólica foi a causa de morte de Amy Winehouse, determinada no dia 26 de outubro de 2011, graças a um inquérito oficial, que surgiu após uma autópsia e exames toxicológicos inconclusivos. A necropsia detectou 4,16 gramas de álcool por litro de sangue, Amy entrou num processo de coma e morreu. A polícia encontrou três garrafas de vodca vazias no quarto da cantora. Ainda foi verificado no organismo de Amy o medicamento Librium, usado no tratamento contra dependência de álcool, além de calmantes. Segundo o relatório concluído, em Londres, fica confirmada a teoria de que a britânica esteve cerca de três semanas em total abstinência.


Maiores informações:
- A última dose de Amy. Quem-Notícias de 04 de novembro de 2011. Disponível em <http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,EMI277353-8192,00A+ULTIMA+DOSE+ DE+AMY.html>.
- Autópsia de Amy Winehouse termina sem conclusão imediata, diz polícia. BBC Brasil de 25 de julho de 2011. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/07/110725_amy_autopsia_resultado_rp.shtml>.
- Autópsia de Amy Winehouse termina sem conclusão imediata, diz Scotland Yard. Jornal do Brasil de 25 de julho de 2011. Disponível em <http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2011/07/25/autopsia-de-amy-winehouse-termina-sem -conclusao-imediata-diz-scotland-yard/>.
- Resultado da autópsia diz que Amy Winehouse não tinha usado drogas. Folha.com de 23/08/2011. Disponível em < http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/963890-resultado-da-autopsia-diz-que-amy-winehouse-nao-tinha-usado-drogas.shtml>.